ATA DA DÉCIMA OITAVA REUNIÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 28.12.1995.
Aos vinte e oito dias do mês
de dezembro de mil novecentos e noventa e cinco reuniu-se, na Sala de Sessões
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e
trinta minutos foi realizada a chamada, sendo respondidas pelos Vereadores
Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clovis Ilgenfritz, Darci
Campani, Edi Morelli, Geraldo de Matos Filho, Isaac Ainhorn, João Dib, Jocelin
Azambuja, Lauro Hagemann, Luiz Negrinho, Mário Fraga, Reginaldo Pujol,
Titulares, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Luiz Braz, Nereu
D’Ávila e Pedro Américo Leal, Não Titulares. Constatada a existência de “quorum”,
o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem
distribuídas em avulsos cópias da Ata da Décima Sétima Reunião Ordinária, que
foi aprovada, sendo também aprovada a Ata da Décima Sexta Reunião Ordinária. Do
EXPEDIENTE constaram: ofícios nºs 20/95, do Tribunal de Contas do Estado, s/nº,
do Senhor José Kertész; Fax do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da
Destilação e Refinação de Petróleo de Porto Alegre, Canoas, Osório e Tramandaí.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER o Vereador João Dib comentou a compra irregular pelo
Executivo Municipal de prédio na Rua dos Andradas, falando também da situação
salarial dos municipários. O Vereador Henrique Fontana reportou-se ao
pronunciamento do Vereador João Dib, estabelecendo um contraponto entre a
situação salarial dos municipários e dos demais trabalhadores do País. O
Vereador Jocelin Azambuja cumprimentou o Vereador Airto Ferronato pelo seu
desempenho na Presidência da Casa durante esse ano que se encerra, discorrendo
também, sobre a problemática dos vendedores ambulantes na Cidade. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Airto Ferronato agradeceu as considerações elogiosas
do Vereador Jocelin Azambuja, fazendo uma retrospectiva do ano legislativo que
se encerra, agradecendo, também à colaboração dos servidores desta Casa. O
Vereador Darci Campani discorreu sobre a situação salarial dos municipários,
dizendo que o partido do Vereador João Dib integra governos em que o arrocho
salarial é ainda maior, reportando-se, também, à situação salarial dos
professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O Vereador Edi
Morelli referiu-se à manutenção da Avenida do Trabalhador, discorrendo, também
sobre a situação salarial dos servidores municipais e a sua relação com a Mesa
Diretora desta Casa. O Vereador Luiz Negrinho agradeceu aos funcionários de seu
gabinete pelo profícuo trabalho desenvolvido neste ano, tecendo considerações
sobre os danos trazidos à Cidade pelas últimas chuvas. O Vereador Mário Fraga
referiu-se a diversos aspectos do trânsito de veículos na Cidade, falando,
também, sobre a situação das famílias da Cai-Cai. O Vereador Clovis Ilgenfritz
teceu considerações sobre o transcurso do ano legislativo que se encerra,
agradecendo a colaboração da Diretoria Legislativa e da Procuradoria desta
Casa. O Vereador Isaac Ainhorn teceu considerações sobre o ano legislativo que
se encerra, agradecendo a colaboração de todos pelo desempenho desta Casa. O
Vereador Pedro Américo Leal formulou sugestões ao Executivo Municipal quanto ao
Centro da Cidade, reportando-se à questão da segurança pública e à atuação da
Brigada Militar. O Vereador Guilherme Barbosa comentou as irregularidades
verificadas na Empresa Avipal, reportando-se, também, à abertura de capital
pela Companhia Estadual de Energia Elétrica. O Vereador Reginaldo Pujol avaliou
o transcurso do ano legislativo que se encerra, elogiando a atuação do Vereador
Airto Ferronato na Presidência da Casa, reportando-se, também, ao
pronunciamento do Vereador Guilherme Barbosa sobre a questão da Companhia
Estadual de Energia Elétrica. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a
presença no Plenário da menina Bianca Campani, filha do Vereador Darci Campani,
agradecendo a contribuição de todos durante este ano legislativo e às onze
horas e vinte e nove minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Reunião Ordinária da próxima quarta feira, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelos Vereadores Airto Ferronato, Mário Fraga e Geraldo de
Matos Filho e secretariados pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz e Edi Morelli,
este último como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Clovis Ilgenfritz, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada,
será assinada por todos os Senhores Vereadores presentes nesta Reunião
Ordinária.
O SR.
PRESIDENTE (Airto Ferronato): Iniciando os trabalhos da presente Sessão,
concedemos a palavra ao Ver. João Dib, em tempo de Liderança.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, estou muito preocupado com esta Casa, que tem sido
espezinhada, desrespeitada pelo Executivo Municipal, e parece não haver, aqui na Casa, conhecimentos suficientes para
pôr fim às violências que o Executivo comete contra esta Casa. O Executivo
Municipal que é muito fundamentado e muito preparado para tomar o dinheiro dos
servidores, sabe a hora de chegar no Tribunal de Justiça para pedir uma
liminar, sabe tudo que diz respeito à Casa. Se ele sabe tudo que diz respeito à
Casa é porque ele quer desrespeitar. Vejam, V. Exas., que o famoso prédio da
Rua dos Andradas, 689 não poderia ser comprado pelo Executivo Municipal, é
absolutamente inviável a compra; foi, portanto, fraudulenta.
Tenho aqui Parecer que merece o maior respeito que, em síntese,
diz o seguinte: "Leilão. Participação de um Município em leilão realizado
por outro para venda de um bem móvel, é inviável". - E é muito simples de
entender, por quê? O órgão público que vende tem que vender pelo maior preço e
órgão público que compra tem que comprar pelo menor preço, senão desrespeita a
Lei 8666. E esta Casa pela sua Procuradoria, pela sua Comissão de Justiça não
diz isso em momento nenhum. Foi inclusive analisado aqui o Parecer da Comissão
de Justiça que foi derrubado pelo Plenário, que eu dizia que era comissão de
injustiça. Eu quero ver o que vai acontecer com o Sr. Prefeito Municipal por
tudo aquilo que tem havido de desrespeito com esta Casa. - "Alienação de
bens da administração subordinada à existência de interesse público devidamente
justificada será precedida de licitação e obedecerá as seguintes normas: Quando
o móvel dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada essa nos
seguintes casos." Não era o caso. Estou falando de bens móveis, mas
imóveis é a mesma coisa. O Parecer deu em cima da compra de um trator que é um
bem móvel, que o município pretendia vender, para outro, sem licitação. Isso é
impossível. O Município não pode participar de leilão. Mas aqui o Prefeito de
Porto Alegre faz o que quer, por uma Ordem de Serviço ele derruba o Estatuto do
funcionalismo público municipal e determina o indeferimento dos pedidos de
conversão de um terço de férias em pecúnia, ressalvadas situações excepcionais
- que devem ser situações petistas. A relação desse dispositivo sofreu pequena
modificação através de nova Ordem de Serviço, sem alterar-lhe, contudo, a
essência, uma vez que foi mantida a determinação de indeferimento. A Lei
Complementar nº 133, que é um Estatuto - é uma Lei Complementar, não pode ser
modificada por um decreto do Sr. Prefeito - diz claramente, que sem depender de
qualquer interpretação do art. 82, é facultado ao funcionário, não ao Prefeito,
optar pela conversão em pecúnia, de 1/3 do período de férias, a que tiver
direito, no valor da retribuição que lhe seria devida nos dias correspondentes.
Mais uma vez o Executivo Municipal atropela a Lei, atropela todas as leis.
Aquele Executivo que no dia 1º de janeiro de 1993, nesta Tribuna, jurou cumprir
a Lei Orgânica, a Constituição do Estado, a Constituição Federal e as Leis. A
razão apontada: falta de recursos financeiros. Os recursos financeiros estavam
no Sistema Financeiro rendendo juros, massacrando os servidores municipais.
No final do mês de dezembro,
os contribuintes correm para pagar o IPTU atrasado e outras coisas mais. Não havia
necessidade, mas quem analisa o balancete da Prefeitura, como eu, verifica que
em setembro, outubro sobrava na caixa da Prefeitura cinqüenta e dois milhões de
reais aplicados no Sistema Financeiro. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com
a palavra o Ver. Henrique Fontana, que fala em tempo de Liderança, pelo PT.
O SR. HENRIQUE
FONTANA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, eu não pude acompanhar a íntegra do pronunciamento
do Ver. João Dib e portanto não poderei me referir à primeira questão que ele
trouxe como crítica à atual Administração Municipal, mas pretendo abrir um
debate com o Vereador sobre a segunda questão que ele levantou e sobre a forma
como ele tem colocado as questões que dizem respeito à política de pessoal da
atual Administração Municipal.
Hoje, o assunto que o
Vereador traz à tribuna é uma Ordem de Serviço que limita de forma bastante
importante a possibilidade de o Servidor Público Municipal transformar em
pecúnia um terço das suas férias.
Todos nós haveremos de
concordar que todos os trabalhadores deste País vivem um momento de intensa
dificuldade salarial. Isso pode ser avaliado por cada um de nós. Ontem, por
exemplo, recebi a previsão das novas mensalidades escolares dos meus filhos. A
mensalidade terá o reajuste de 30% para o próximo ano.
Assim nós poderíamos
levantar as diversas despesas que compõem o orçamento de cada uma das famílias
brasileiras, que estão subindo mais do que o reajuste salarial que as
categorias profissionais têm tido.
O que me choca e que me traz
para esse debate é a maneira como o Ver. João Dib faz a análise da situação
salarial, ou do trato da questão de pessoal da Prefeitura de Porto Alegre,
completamente deslocada da análise da conjuntura do Estado e do País. O
Vereador cobra que a atual Administração Municipal não estaria cumprindo a Lei,
ao determinar, através de uma Ordem de Serviço, limites para a transformação em
pecúnia de um terço de suas férias. Mas eu não vi este mesmo Vereador, a título
de coerência mínima para lidar com essa questão, vir aqui dizer que o Governo
do Estado do Rio Grande do Sul, do qual faz parte, porque o seu Partido apoiou
o Governo do Estado, não pagou o 13º salário dos servidores estaduais.
Isso está previsto na Lei? O
não-pagamento do 13º salário está previsto na Lei? As dificuldades financeiras
que o Município de Porto Alegre enfrenta, ao contrário do que diz o Ver. João
Dib, faz parte das dificuldades financeiras do Estado e do País em que vivemos.
Porto Alegre fica no Rio Grande do Sul, Porto Alegre fica no Brasil. E,
portanto, se é verdade que os servidores do Estado não receberam sequer o seu
13º, pelas dificuldades de arrecadação do setor público, por que haveria o
Município de Porto Alegre, como diz o Ver. João Dib, de estar nadando em
recursos? Não, Vereador, o Município de Porto Alegre tem muitas dificuldades
para manter o equilíbrio financeiro de suas contas porque ele também vive e
executa a sua política neste mesmo País e neste mesmo Estado. E se existe
desemprego, se existe recessão econômica, se existe queda nas arrecadações;
essa queda, esta recessão e este desemprego se fazem sentir também sobre a
arrecadação do Município de Porto Alegre. Então não foi por vontade de punir os
servidores municipais que o Prefeito assinou um Decreto impedindo a
transformação em pecúnia de 1/3 das férias dos servidores, foi por dificuldade
financeira, Ver. Mário Fraga, dificuldade financeira que existe também para
outros governos.
Eu quero pedir ao Ver. João
Dib que quando ele vier para esta tribuna fazer uma análise da situação
econômico-financeira do Município de Porto Alegre, ele no mínimo articule essa
avaliação com aquilo que está acontecendo neste Estado e neste País. Porto
Alegre fica no Brasil e fica no Rio Grande do Sul. Estado, este, que nem o 13º
pagou. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mário fraga): O Ver. Jocelin Azambuja
está com a palavra em tempo de Liderança.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, neste nosso último pronunciamento de 1995,
queremos dizer que estamos iniciando um trabalho, no sentido de apresentar uma
proposta ao Governo Municipal para buscarmos uma solução para a questão que
envolve os vendedores ambulantes de Porto Alegre.
Vejam, os Senhores, que os vendedores ambulantes de Porto Alegre
têm uma atividade totalmente irregular: têm permissão de uso para vender
contrabando do Paraguai; o que é um verdadeiro absurdo. Nós temos que
regularizar esta situação. Na visita que fizemos a Santiago do Chile, pudemos
verificar, por exemplo, que os vendedores ambulantes emitem nota fiscal. Eles
têm orgulho de pagar seus impostos e terem sua vida regularizada. Eles são
considerados, então, os vendedores permanentes, se instalam na frente de lojas,
em bancas extremamente organizadas, limpas, se o sujeito vende frutas, não se
vê uma sujeira no chão; há um controle dos órgãos públicos muito forte em cima
e eles têm a satisfação de pagar seus impostos que, mais ou menos durante o
ano, atingem a faixa de cinco salários mínimos. Com isso eles têm sua
atividade, como cidadão, respeitadas, contribuem com o erário público e não
precisam viver fugindo dos órgãos de repressão. Então, dentro dessas idéias
todas que colhi na viagem, estou desenvolvendo um estudo para apresentar uma
proposta ao município de Porto Alegre na busca de uma solução que possibilite
às pessoas que trabalham como vendedores ambulantes em Porto Alegre uma postura
de dignidade para que se sintam orgulhosos do trabalho que desenvolvem.
Essa é a contribuição que
quero dar ao Governo Municipal no início de 1996, para que possamos fazer com
que essa atividade de vendedores ambulantes seja mais respeitada pela
sociedade, que eles possam também se conscientizar da responsabilidade que têm,
que paguem seus impostos, que contribuam com o erário público e que,
logicamente, para vender contrabando, não tenham permissão nem licença do
Município de Porto Alegre. Essa é a informação que gostaria de dar aos Srs.
Vereadores e vou aproveitar os subsídios que colhi naquela estada em Santiago,
entre tantas outras coisas que se verificou de positivo na área de educação,
como, por exemplo, o Ministério de Educação que, desde 1993, tem um programa nacional
de educação sexual em todas as escolas chilenas.
Para finalizar, Srs.
Vereadores, eu gostaria de deixar uma mensagem de agradecimento pelo trabalho
profícuo que tivemos; quero cumprimentar o nosso Presidente, Ver. Airto
Ferronato, pelo excelente trabalho que desenvolveu à frente da Câmara de
Vereadores de Porto Alegre, que honrou a todos nós, que dignificou o parlamento
e que, sem dúvida nenhuma, deixou um marco importante de trabalho, de
seriedade, de responsabilidade para com a coisa pública, assim como é o perfil
de sua vida profissional. Tenha certeza, Ver. Ferronato, de que os embates que
tivemos aqui foram, justamente, na disputa das idéias, e que V. Exa. e todos os
companheiros de Mesa nos honraram e nos deixaram orgulhosos de tê-los na Presidência
da Casa. Se V. Exas. continuarem ou não, terão, da mesma forma, o nosso
reconhecimento e o nosso desejo de que continuem a contribuir com o parlamento.
À Bancada do Governo, aqui
representada pelo seu Líder, Ver. Henrique Fontana, gostaria que transmitisse a
todos liderados, ao nosso Prefeito Municipal, ao Executivo Municipal o nosso
desejo de um 1996 extremamente produtivo, profícuo e dizer que tudo que falamos
daqui, desta tribuna, durante o ano, foi o exercício do nosso poder de
legislador, de vereador, de agir na fiscalização, no cumprimento do nosso
dever, jamais sendo, aqui, nos pronunciando, em caráter pessoal, porque
respeitamos todos os colegas Vereadores da bancada governista, temos profunda
admiração pelos seus trabalhos, todos são Vereadores ciosos e responsáveis
pelas suas atividades profissionais, Ver. Guilherme Barbosa, Ver. Darci
Campani, seu Líder Ver. Henrique Fontana, que estão aqui.
Receba também, Ver. Mário
Fraga, no exercício da Presidência neste momento, os nossos cumprimentos a sua
Bancada pelo trabalho que desenvolvem. Ao Ver. João Dib e Ver. Pedro Américo
Leal, acho que todos cumprimos com o nosso dever corretamente. O Município de
Porto Alegre tem orgulho do nosso trabalho, esperamos que 1996 nos reserve
muito trabalho. Estamos orgulhosos de ter participado em 1995 com os
companheiros, e desejamos que 1996 seja mais positivo ainda, e que todos
caminhem rumo às suas reeleições. Desejamos que os 33 Vereadores se reelejam,
porque só dignificaram a Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Obrigado, Ver. Jocelin Azambuja, de parte do PDT, ficamos honrados com suas
palavras.
Ver. João Dib, aproveitamos
o ensejo para solicitar ao nosso assessor que faça a entrega a V. Exa. do
relatório que foi feito pela CUTHAB acerca do prédio adquirido pela Prefeitura
Municipal. Aproveitamos, também, para agradecer à Arquiteta Íria e ao nosso
Colega Raul Veiga, bem como à nossa Secretária Margarete, da CUTHAB.
O SR.
GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, pediria a V. Exa. uma cópia desse relatório.
O SR.
PRESIDENTE:
Em seguida vamos fornecer a V. Exa. e ao Ver. Jocelin Azambuja, também.
Passamos ao período de
Com a palavra o Ver. Airto
Ferronato.
O SR. AIRTO
FERRONATO:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nesta última reunião do ano de 1995, quero
aproveitar, em primeiro lugar, para agradecer as palavras que foram proferidas
pelo Ver. Jocelin Azambuja e dizer que tivemos um ano relativamente difícil,
não tão difícil como parecia, até porque sempre acreditamos que é através de um
trabalho desenvolvido com os vereadores e com os servidores da Câmara que os
problemas, um a um, são ultrapassados.
Este ano, se fôssemos fazer
uma pequena retrospectiva - e não estou aqui para isso e, sim, para uma pequena
mensagem - gostaria de dizer que se conseguimos chegar onde chegamos foi graças
a todos os Vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre que souberam entender
a sua função e estiveram sempre conosco nos momentos mais delicados por que passamos
neste período.
Aos nossos Diretores, à Mesa
Diretora, gostaríamos de registrar nossos agradecimentos e trazer ao seu
conhecimento apenas um dado, dentre uma série de outros que aqui poderíamos
trazer: em 1995, nós promovemos na Câmara Municipal de Porto Alegre 543 eventos
extras, além de todas as reuniões da Câmara, reuniões de Comissões. Se fizermos
uma média extremamente baixa, aproximadamente quarenta mil pessoas, neste ano,
tivemos na Câmara participando de eventos. E tenho certeza, dada a sua localização
geográfica belíssima, dada a condição física, a sua estrutura, e sua forma,
seus plenários, de que a Câmara cada vez mais será um espaço que a sociedade
buscará, até porque conhece o trabalho que nós aqui desenvolvemos.
Gostaria de registrar o nosso
abraço muito especial aos servidores da Câmara que souberam, apesar das
dificuldades por que passamos, atuar conosco e dizer que, na sua esmagadora
maioria, estiveram juntos nestes momentos todos trabalhando fim-de-semana,
sábado, domingo, à noite, para buscar o bem desta nossa Câmara.
Gostaríamos de deixar esta
mensagem carinhosa a todos. Dizer também que o Governo do Município em todos os
momentos que tivemos contato com ele, que precisamos conversar relativamente a
ações institucionais Legislativo e Executivo, sempre tivemos uma acolhida toda
especial. Daí porque em nome do Presidente da Câmara, da Mesa Diretora, dos
Vereadores queremos transmitir o nosso abraço as nossas autoridades do
Executivo, em especial ao nosso Prefeito Municipal.
Desejo a todos um feliz ano
novo. Tenho certeza de que o ano de 1996 será ainda melhor.
Este é o nosso desejo aos
Vereadores, aos servidores e ao povo de Porto Alegre.
Feliz ano novo a todos.
Obrigado pela forma que colaboraram conosco neste ano. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Darci Campani está com a palavra em Comunicações.
O SR. DARCI
CAMPANI:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, gostaria de utilizar este espaço da última
Reunião da Comissão Representativa do ano de 1995, já fiz a minha mensagem de
feliz ano novo para todos, para reforçar que em 1996 esta Casa e seus membros
tenham a máxima felicidade. E apesar de ser ano eleitoral, dos embates que
ocorrerão, que todos encontrem na campanha eleitoral um bom desempenho,
gratificação da atividade que é inerente aos Vereadores.
Eu gostaria de usar mais o
espaço aqui em relação ao problema levantado pelo Ver. João Dib, que deve estar
escutando do seu gabinete, quanto à venda de férias. O Ver. Henrique Fontana,
no espaço de Liderança, já cobrou coerência do Ver. João Dib, que não dá para
ser oposição em Porto Alegre e, aonde se é Governo, a gente não assume o nosso
lado de situação. O Governo do Estado, do qual o PPB participa, não paga o 13º
salário de boa parte dos funcionários e, também, o PPB, pelo que se sabe, tem
participação no Governo Federal. Acontece que o Governo Federal, pelas
prerrogativas da Constituição, emite as medidas provisórias e uma das medidas
provisórias emitidas este ano, que parcialmente já foi, inclusive, derrotada na
Justiça, exatamente proibindo ou extinguindo a venda de um terço das férias,
que era o que ele se reportava em relação ao Município. Só que o Município,
infelizmente, não tem o poder de emitir medidas provisórias, mas o Governo
Federal tem e, por tal poder, conseguiu implantá-la e, hoje, os funcionários
públicos federais não têm mais o direito à venda de férias. Também os
funcionários públicos federais, com a medida provisória do Governo Federal, não
podem mais vender um terço de férias. Esta é uma medida que decorre do Plano
Real, aonde a economia da sociedade brasileira enquanto um todo decaiu, os
índices de arrecadação caíram, a Receita Federal, não entendo como, mas se fala
que o Governo Federal não tem dinheiro, comemorava os altos índices de arrecadação
no ano de 1995.
A situação é um pouquinho
pior, a própria Justiça já deu ganho de causa a funcionários que, neste ano,
entraram com o pedido de venda de férias, tendo em vista o direito adquirido,
já que a medida provisória foi emitida após o período em que estes funcionários
solicitaram a venda de férias. Então, para este ano os funcionários que
entraram até o prazo, 31 de outubro, com o pedido de vendas de férias,
conseguiram manter sua venda de férias para este ano, mas no ano seguinte não
mais conseguirão fazer essa venda. A questão da venda de férias é uma figura em
extinção na legislação brasileira; para
os funcionários públicos federais a situação é um pouco pior: não se sabe
exatamente o índice da nossa reposição salarial devida à falta de uma política
salarial do Governo Federal para os seus funcionários. Não existe política
salarial, nenhuma lei, nenhum decreto, nem medida provisória regulamentando a
política salarial do Governo Federal em relação a funcionários. Existem boatos
entre 0 e 10%, e o Governo Federal administra em cima de boatos, não dá notícia
concreta.
A presidência do nosso
sindicato nacional está, desde o início do ano, tentando uma audiência com o
Ministro de Administração e Reforma Administrativa do Governo Federal e não
consegue. O máximo que conseguiu foi uma audiência com o chefe de gabinete para
expor os problemas do Governo Federal. Em nível de Ministério de Educação, é a
mesma coisa. Desde que tomou posse, o Ministro da Educação deu apenas uma única
audiência para o Sindicato Nacional dos Professores de Universidades. Não é uma
entidade qualquer. É o sindicato daquele setor que representa o maior
movimento, maior responsabilidade do Governo Federal, e o Sr. Ministro se
recusa a dar audiência a esse sindicato. Hoje, não temos nenhuma notícia de
qual vai ser o reajuste que o Governo dará aos seus funcionários. Isso não após
um reajuste bimestral, isso após um ano inteiro sem reajuste.
Os funcionários públicos
federais estão, desde janeiro do ano passado, sem nenhum reajuste, e estamos
entrando em um novo ano com a proposta de congelamento, ou, no máximo, 10% de
reajuste. Na UFRGS, neste momento, a nossa imprensa não divulga, devidamente, o
máximo que saiu uma matéria na Zero Hora no dia seguinte à decisão, "Os professores
resolveram reter os conceitos esse semestre devido ao caos em que se encontra
não só a universidade pública, mas o funcionalismo público federal enquanto um
todo." Os salários já eram poucos e ainda a medida judicial que
conseguimos conquistar devido ao plano verão, conseguimos os 26% que nos era
devido na aplicação do plano verão, a nossa Universidade entrou com uma liminar
na justiça e conseguimos cassá-la, de uma forma bastante irregular, pois já
haviam desistido da ação num outro momento e sem justificativa maior, entraram
novamente e cassaram a liminar desses 26%. O salário que já era pouco na
Universidade, hoje é 26% a menos, é 1/4 do nosso salário que foi tirado;
conquista que tivemos em cima desse plano econômico, dos tantos planos
econômicos que tivemos que engolir no Brasil, hoje foi retirada ainda mais essa
conquista.
Hoje a universidade pública,
os funcionários públicos federais estão de luto, vão entrar 1996 sem a mínima
perspectiva de qualquer reposição salarial e sem a mínima perspectiva de
dignidade em seus serviços. A imprensa, enquanto um todo, apenas defende um
projeto neoliberal, de arrasar com o serviço público. O governo do estado
conseguiu passar goela abaixo do povo gaúcho a privatização da CRT, o que nos
dá uma perspectiva, enquanto militantes de partidos de oposição ao governo do
estado e ao governo federal, bastante negra para o ano de 1996, não só para a
nossa militância, mas para o povo enquanto um todo, que vai ver o patrimônio
que desde Brizola se construiu, da CEEE, e CRT, sendo entregue de volta à
iniciativa privada. E, provavelmente, teremos um próximo governo em que vai
haver sucateamento, nesse período. Tem ocorrido um processo de privatização do
sistema de água e esgoto na Argentina, porque foi privatizado, depois, o Estado
teve que reassumir o serviço devido ao sucateamento que ocorreu nesse serviço
de água e esgoto da Argentina e vários exemplos acontecem na Europa: a greve
dos funcionários públicos na França, o que nos traz uma perspectiva de muita
luta para o próximo ano e de muita resistência contra os avanços que o
neoliberalismo pretende ter sobre a nossa sociedade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Schauren está com a palavra. Ausente. O Ver. Edi Morelli está com a
palavra em Comunicações.
O SR. EDI
MORELLI:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é evidente que todos nós na última Reunião
Legislativa do ano de 1995 tenhamos vontade de usar esta tribuna. Eu a uso para
algumas colocações sobre como ficará a continuação da cobrança, durante todo o
ano, dos Governos Estadual e Municipal no que diz respeito à Av. do
Trabalhador. A quem de direito vai ficar a manutenção da Av. do Trabalhador?
Essa pergunta venho fazendo ao longo do ano de 1995. Os módulos que seriam para
instalação de um posto policial, de saúde, estão servindo para quê? Para
fumódromo, pois ali estão se reunindo pessoas para queimar o seu fumo, se
drogarem, etc.
Então, a pergunta continua
no ar: A quem vai ficar a responsabilidade de manutenção da Via do Trabalhador?
Vou continuar, Ver. Pedro Américo Leal, se Deus me der saúde, aqui, no próximo
ano fazendo essa cobrança até que, de repente, apareça uma solução. O ano de
1995 foi um ano com algumas coisas ruins, pelo menos para este Vereador, mas as
coisas boas superaram as coisas ruins. Tivemos muito trabalho, Vereador Mário
Fraga, que preside os trabalhos neste momento, todos nós componentes da Mesa
Diretora desta Casa. Um desgaste, no que diz respeito aos funcionários desta
Casa, pois durante mais de meio ano tentamos de todas as maneiras possíveis
melhorar o nível de vida, pelo menos financeiramente, dos servidores, mas fomos
impedidos pela brutalidade do Sr. Prefeito que sempre ingressava na justiça
impedindo as aplicações de nossas determinações. Mas conseguimos, pelo menos em
parte, agora, no final do ano, amenizar a situação econômica dos funcionários
desta Casa, aos quais, neste momento, eu rendo a minha homenagem pelo trabalho
ao longo do ano de 1995, desejando que estes servidores voltem no ano de 1996
com esta garra e determinação de continuar realizando o seu trabalho para que a
nossa Câmara seja um exemplo de Câmara em todo o Brasil.
Quero desejar à nova Mesa
Diretora, cujo presidente deve ser o Vereador Isaac Ainhorn, uma boa gestão e
que V. Exa. seja conduzido por Deus, nas decisões desta Casa.
Ao pessoal da imprensa, ao
pessoal da segurança, aos demais trinta e dois Vereadores, quero desejar um ano
de 1996 cheio de paz, saúde e de muito amos no coração e realizações.
Se alguma coisa de errado eu
fiz para alguém, que me perdoe, porque em 1996 eu quero continuar errando pois
quero continuar aqui, nesta Casa, junto de todos vocês. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Presidente agradece as palavras do Ver. Edi Morelli e retribui com o maior
carinho possível.
O próximo inscrito no
período de Comunicações é o Ver. Geraldo de Matos Filho, que não está presente;
o Ver. Henrique Fontana não faz uso da palavra, nem os Vereadores João Dib e
Isaac Ainhorn.
O Ver. Luiz Negrinho está
com a palavra.
O SR. LUIZ
NEGRINHO:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, às vésperas de um novo ano, gostaria de
agradecer aos funcionários desta Casa, aos funcionários do nosso gabinete e da
nossa Bancada, que contribuíram para que pudéssemos chegar no final deste ano
com um conceito próprio, um médio bom trabalho. Também gostaria de agradecer
aos colegas Vereadores, pela força, pela amizade e pela contribuição naquilo
que foi necessário, quando, perdido em alguma matéria, a eles recorria e todos
os que eu procurei me auxiliaram no momento em que precisei.
Aproveito para desejar a
todos um ano com muita saúde, com clima de euforia natalina, de uma passagem de
ano, para registrar alguns fatos, vividos nesses últimos dias, em decorrência
das chuvas que caíram em Porto Alegre em duas vilas que conheço. Tenho vários
Pedidos de Providências e até hoje nada foi feito. As vilas sofreram
inundações. Infelizmente não podemos tirar fotos no momento, na Vila São Judas
Tadeu e na Vila Nossa Senhora das Graças. Durante dois dias essas pessoas
ficaram 40cm abaixo de água. O nosso
Executivo, a nossa Prefeitura, o nosso Prefeito e seus Secretários continuam
cometendo um grave erro, que é fazer algumas obras desnecessárias em detrimento
de outras.
Vou dar exemplo: no Bairro Cristal, na Vila Cruzeiro do Sul, temos duas vias de extrema importância. No Bairro Cristal, é a Rua Upamoroti, onde passa a linha de ônibus Menino Deus, linha 49. A outra é a Rua Cruzeiro do Sul, entre a Av. Divisa e a Rua Arapeí. Bem próximo, várias ruas, com paralelepípedo ou outra pavimentação, estão sendo recapadas. Eu não consigo encontrar uma resposta para essa atitude que não tem lá seu fundamento, principalmente, para este Vereador que ali mora. A Rua Dona Cristina, por exemplo, desde o tempo em que eu era representante no Orçamento Participativo, era uma das principais vias a serem pavimentadas. Hoje, cinco anos depois, ela continua na mesma situação. Uma rua paralela a ela, pavimentada há uns anos atrás, está recebendo um novo recapeamento. Não consigo entender! Faço essa denúncia, porque encerro o ano, tentando, em algumas audiências com o Sr. Prefeito, resolver os problemas dessas três ruas e não consegui. Uma delas, inclusive, do Orçamento Participativo, desde a minha época, sempre fica em último lugar. Nós sabemos que, normalmente das três prioridades de pavimentação, é feita apenas uma naquela gestão.
Deixo essa denúncia para que
haja uma atenção do Sr. Prefeito à Vila São Judas Tadeu onde um aglomerado de
casas entre a Polícia de Choque e o Hospital São Pedro, na Av. Ipiranga, em
torno de quatrocentas casas, espera do Executivo não a resposta de que aquela
área é do Executivo estadual. Sabemos que existem várias áreas do Governo do
Estado em que a Prefeitura tem feito alguma melhoria. Aquela comunidade me convidou
para acompanhar uma reunião do Orçamento Participativo, onde tinham apenas um
representante. Ele alegou o seguinte: "como o Senhor quer que eu chegue em
casa, depois de sair às 7 horas da manhã, chegar em casa às 7 horas da noite, e
marcam uma reunião para as sete e meia da noite, com que corpo e coragem e
vontade eu tenho para ir participar de uma reunião do Orçamento
Participativo." Essa alegação de que "nada foi feito na Vila São
Judas Tadeu, porque eles não participam do Orçamento Participativo" para
essas duas vilas - e até para as demais - não vale! É uma forma de
"impedir" que algumas pessoas lá não compareçam; talvez porque não
haja interesse, Senhores. Vamos avaliar isso; vai ser um tema bastante grande
para este Vereador no próximo ano. Podem ter certeza.
Um feliz 1996 para todos.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Mário Fraga está com a palavra em Comunicações.
O SR. MÁRIO
FRAGA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores: Ver. Luiz Negrinho, meus parabéns pelo pronunciamento,
dou toda a força; que a nossa amizade, nesta Casa e fora dela, cresça.
Vou começar pelo Orçamento
Participativo, Ver. Luiz Negrinho, Ver. Guilherme Barbosa, Ver. Darci Campani,
Ver. Clovis Ilgenfritz, porque, nesta Casa, a não ser os Vereadores da
situação, eu e o Ver. Luiz Negrinho somos dos poucos a acreditar no Orçamento
Participativo, pois moramos em vilas carentes, a mais carente que todas as
outras vilas da nossa querida Porto Alegre.
O Ver. Luiz Negrinho falou
bem da Vila Dona Cristina, é uma loucura, quem conhece sabe que é uma loucura:
uma rua que tem acesso para os dois lados, poderia ser asfaltada, dentro do
Orçamento Participativo, tranqüilamente. Até hoje não foi asfaltada.
Falando em Orçamento
Participativo, Vereadores da situação, volto a setembro. Falei em setembro ou
outubro sobre as obras de Belém Novo; estavam no Orçamento Participativo, que
nem saiu a licitação; acompanho, leio o "Diário Oficial".
O Prefeito Tarso Genro
colocou (depois que fiz o pronunciamento aqui, não sei se foi o Ver. Darci
Campani ou o Ver. Henrique Fontana que levou para ele) um adendo à Ordem de
Serviço, onde estavam priorizadas as obras de 1995, que, possivelmente, vão ser
feitas em 1996, acrescentando ruas de Belém Novo: a Barão de Santo Ângelo, a
Podalírio Teixeira Machado mais sete ruas - isso dentro do adendo de
prioridades, mais nove ruas, nas quarenta ruas para 1995. Ele colocou mais
nove, duas a meu pedido.
Quem colocou o adendo foi o
Prefeito Tarso Genro, colocou mais nove ruas. Se eu não tivesse feito o
pronunciamento aqui as duas ruas de Belém Novo ficariam fora. A comunidade
jamais ficará sabendo disso, não com relação a minha pessoa, mas a todos nós,
pois a comunidade nem imagina o que fazemos aqui dentro.
Quando o Ver. Edi Morelli
falou do nosso trabalho, que os 33 Vereadores não param nunca, mesmo quando não
estamos aqui, estamos em outros setores trabalhando. Quando se chega em casa
sempre tem alguma coisa, quando se sai também.
Então, Ver. Darci Campani,
espero que as prioridades que o Prefeito Tarso Genro colocou, em adendo, no
"Diário Oficial", incluindo as duas ruas de Belém Novo e mais outras,
saiam; eram do Orçamento Participativo, para ser executado em 1995, prioridade
de 1994. Ver. Luiz Negrinho, lá na igreja de Belém Novo, e o Ver. Darci Campani
estava lá, naquele dia, o Ver. Guilherme Barbosa estava também, foi dita a
prioridade de 1994. Hoje está encerrando o ano e não houve nem a licitação
dessas duas ruas. Em Belém Novo, no Orçamento Participativo, Ver. Guilherme
Barbosa, Ver. Darci Campani, que conhece bem, o Ver. Clovis Ilgenfritz já
esteve diversas vezes lá, até hoje, no centro, no foco de Belém Novo, nós
conseguimos a Estrada Francisca de Oliveira Vieira, 1,120 metros; ficaram
faltando 90 metros cujo recapeamento não sairá agora, pois não conseguimos
"priorizar".
Pena que eu não tenha aqui,
Ver. Darci Campani e Ver. Pedro Américo Leal, não sei se V. Exas. já viram o
"livro de prioridades", para 1996, do Orçamento Participativo. A
"Enciclopédia Barsa" é fichinha! o "caderno" do Orçamento
Participativo, encapado com uma folha vermelha, a capa, o trabalho que foi
feito... Realmente, tenho falado na minha Bancada, as coisas do PT são bem
pensadas. Aquele "caderno" do Orçamento Participativo, já estive com
ele na mão, não consegui trazer, porque não me deram, não sei porquê! Mas vai
aparecer, com certeza. O Ver. João Antônio Dib vai pegar esse
"caderno", vai fazer um escarcéu, Ver. Darci Campani! Eu tenho
certeza de que, com esse "caderno" na mão, ele vai dizer que "daria
para fazer algumas casas com o que foi distribuído”, “casas populares com
certeza, de 23 metros, como as que estão sendo feitas na Av. Cavalhada",
que é um ótimo plano, Ver. Darci Campani. Recebemos um convite para
inaugurá-las no dia 30 de dezembro, graças a Deus, mais moradias, pessoas que
nós vamos tirar, que já saíram, da Vila Cai-Cai.
Realmente isso acontece em Porto Alegre, Ver. Geraldo de Matos
Filho, o PT tira. Se ele chegar lá e disser que essa vila vai sair, pode ter
certeza de que eles vão sair dali. Quase sempre tem sido para melhor. V. Exa.,
Ver. Guilherme Barbosa, sabe que nesses três anos que estou na Casa, faço parte
da CUTHAB, dois como Presidente e um como Vice-Presidente, acompanhei quase
todas essas demandas que houve em Porto Alegre, e quase todas foram resolvidas
a bom termo. Muitas estão para se resolver, porque a Cidade em que vivemos é
muito grande.
Gostaria, Ver. Darci
Campani, de voltar a falar na Rua 24 de outubro. Coloco-me à disposição do
Secretário Bertotto, disponho-me até a ir à Secretaria. Hoje me chegou mais uma
reclamação. Na entrada do Parque, na Rua 24 de Outubro com a Rua Olavo Barreto
Viana, acontece desrespeito com os pedestres que caminham naquela região. Algo
em termo de trânsito deve ser feito, para diminuir a velocidade dos automóveis.
Nas duas quadras, que ficam nas proximidades do Parcão, acontece o mesmo.
Ontem estive na Rua 24 de
outubro para dar alguma explicação aos moradores. Na Rua Barão de Santo Ângelo,
na frente da Estação de Bombeiros, existe uma cratera, que já mencionei. Ela
tem 20m de comprimento, 1m de largura e quase 1m de profundidade. Na Rua
Florêncio Farias, esquina com a Praça Paula de Oliveira Maciel, tem outra
cratera com 40 metros. Eu não havia mais falado nisso, pois pensava que iria
sair a licitação.
Um abraço aos meus colegas
de Mesa, que conviveram comigo neste ano. Foi uma experiência brilhante ser o
Vice-Presidente da Casa. Ainda não sei se continuarei na Mesa no ano que vem,
devo renunciar, conforme nosso acordo, na próxima quarta-feira.
Gostaria de falar, também,
ao Ver. Edi Morelli, com aquele seu jeito de ser, chegou agora na Casa, mas já
era da Legislatura anterior: eu não tinha tido a oportunidade de conviver com
S. Exa., pude aprender a conviver com ele e a gostar dele. O Ver. Clovis
Ilgenfritz, da mesma maneira - mas na oposição - ele também tem o seu jeito de
ser. Eu não tive dúvidas, sempre consegui entendê-lo na Mesa, sempre defendi
suas posições - mesmo não tendo procuração para o fazer e nem precisava. O Ver.
Clovis Ilgenfritz faz parte do Legislativo, mas é do Executivo, indiretamente.
Agradeço, também, ao meu
gabinete que tem tanto me ajudado; neste fim de ano, desejo um feliz ano de
1996 a todos. E, se Deus quiser, com o Ver. Isaac Ainhorn na Presidência em
1996, nós vamos continuar com esse trabalho, procurando melhorar mais. Muito
obrigado a todos.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Geraldo de Matos Filho): O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, não podia deixar de usar este espaço, no
último momento do ano em que nós temos Reunião deste Legislativo, para falar de
algumas questões que nos envolveram o ano todo. Este Vereador, por
circunstâncias políticas, acabou sendo indicado, por quem fez um acordo para
dirigir a Mesa da Casa, como 1º Secretário. Estou tentando colocar no papel
algumas idéias, algumas reflexões sobre o papel que se desempenha na Mesa, em
especial o que eu tive que desempenhar como 1º Secretário, inaugurando o novo
Regimento, onde o 1º Secretário, de certa forma, divide - assim como outros
membros da Mesa - com o Presidente as responsabilidades, inclusive
regimentalmente. Não era praxe na Câmara, até porque o Regimento não
determinava que os presidentes dividissem tarefas.
Hoje podemos dizer - e o
Vereador e amigo Geraldo de Matos Filho que está conosco na Mesa, pode
testemunhar o quanto tentamos dividir as tarefas, dando responsabilidades. Isso
fez com que aumentasse muito o trabalho para quem estava junto com o
Presidente, embora o presidencialismo esteja apenas culturalmente na Casa.
Observamos que, mesmo que o secretário tenha poderes para decidir, ainda
perguntam para o presidente. É muito natural, porque sempre foi assim, sempre
foi o presidente que resolveu a palavra final. Nós tivemos do Presidente um
apoio singular, convivi 5 anos na Mesa, foram 5 anos de muito aprendizado, com
cinco Presidentes ilustres, com um convívio excelente. Este ano, por ter sido
1º Secretário, assumi tarefas muito além das que eu vinha assumindo. Senti as
responsabilidades e dificuldades de presidente, para as quais em especial, dos
outros companheiros de Mesa, tive um ótimo respaldo para desempenhar as
tarefas.
A Diretoria Legislativa da Casa, à qual este Secretário teve um
maior vínculo até por questões regimentais, desempenhou um trabalho com
qualidade, diferente do que alguns diziam, porque as nossas questões políticas
permearam todos os Processos. É natural pois dentro de uma Casa Legislativa,
onde 9 a 10 partidos políticos convivem, nós sendo do Governo, sendo situação,
recebendo a carga das oposições, nem sempre do mesmo bloco, o que felizmente
não aconteceu. Aqui não existe um bloco sedimentado na oposição ferrenha e,
sim, conforme os projetos, os blocos se criavam a favor ou contra, ou, às
vezes, tentando negociar projetos. Nesse sentido, como Secretário, tentei
desenvolver um trabalho com o respaldo da Diretoria Legislativa, da Diretoria e
dos demais funcionários, embora as dificuldades políticas que o meu cargo e a
execução do processo legislativo impõem. Não é fácil conferir, diária ou
semanalmente, duas ou três vez por semana a Ordem do Dia, o Grande Expediente
ou a Pauta, o que vai ser feito, o que não vai, quais são os requerimentos,
quais são os pedidos de informação, as dificuldades que vamos encontrar. Tudo
isso tive facilitado pela competência dos funcionários da Casa, não cito nomes,
porque todos foram excelentes. Assim foi a Procuradoria da Casa que sempre
atendeu rapidamente e com qualidade. Aqui mesmo, no Plenário, nós tivemos
sempre uma colaboração efetiva e uma excelente qualidade do trabalho dedicado
das colegas que fazem a Taquigrafia, o que não é fácil em algumas reuniões
principalmente.
Estou preparando um
relatório curto, rápido, para mostrar que, nesta Casa, de quase 300 Projetos
que tramitaram em torno de 250/260 foram discutidos, aprovados ou rejeitados.
Diferentes da Assembléia Legislativa - estamos ouvindo no rádio, o marketing
que é feito - que mais de 600 projetos tramitaram na Casa, mas apenas 150 foram
votados; 280 ou quase 300 estão em tramitação. Com exceção dos que estão em
diligência, alguns projetos foram arquivados pelos próprios proponentes, ou
pelo Governo, ou pelos Vereadores; os demais projetos tramitaram em todos os
sentidos. Inclusive, tenho que falar também do trabalho excelente realizado
pelas Comissões e, em especial, pelos Presidentes de Comissões, que sempre
atenderam ao apelo da primeira Secretaria e da própria Mesa, para darem
procedimento célere aos processos dentro dos prazos.
Com raras exceções, nós
temos um processo legislativo absolutamente transparente e de alta qualidade
num processo de avaliação de final de ano que estamos fazendo. O meu
envolvimento por ser da Mesa com outras tarefas, como as da Diretoria
Administrativa principalmente onde eu secundei, nessa Diretoria, o Presidente
em assinaturas de centenas de documentos que vinham semanalmente ou
mensalmente. Isso tudo foi feito em comum acordo com as decisões da Casa, que
partiam, muitas vezes, da própria Mesa, procurando manter todo o processo
rigidamente dentro dos limites regimentais.
Outro envolvimento grande
que tivemos este ano foi com algumas propostas que tivemos do Ver. Airto
Ferronato e dos demais membros da Mesa com relação, por exemplo, ao
encaminhamento das obras da Casa. Nós enfrentamos dificuldades, críticas, às
vezes infundadas, mas o processo da obra andou e vai continuar andando, porque
o contrato para terminar o terceiro andar já está assinado, e as verbas vão ser
empenhadas. Em janeiro, teremos mais obras e, futuramente, quem sabe, dentro de
dois anos já poderemos ter a Casa completamente construída, que é uma
necessidade para um Poder Legislativo tão importante como o nosso.
Também nos envolvemos na
reforma administrativa, cujo contrato está assinado e será muito importante
este contrato com uma empresa que fará, agora, com a nova Presidência, com a
nova Mesa, uma proposta de reforma administrativa, envolvendo todos os
funcionários da Casa, as Diretorias e os Vereadores. E, também, o processo de
informatização vai crescer e muito, os contratos já estão licitados e assinados
para que, em 1996, sejam executados.
A nova Mesa, o novo
Presidente, que tudo indica e achamos que já é de conhecimento público, por
isso falamos aqui, que o Ver. Isaac Ainhorn vai honrar todos estes compromissos
e, quem sabe, até, aprimorar todo o processo. A nossa visão, como membro da
Bancada do PT, na Mesa, sempre foi de trazer a opinião do Governo, a opinião da
Bancada, ser transparente, ser leal e ser colega mesmo, nos momentos difíceis
dos companheiros de Mesa, em especial do Presidente, que não mediu esforços
para desempenhar as suas tarefas.
É um discurso diferente, de
fim de ano, eu queria agradecer, também, os companheiros da CUTHAB, da qual eu
fiz parte, e dizer a todos que nós estamos dependendo das negociações que vão
ser feitas, ainda, nas próximas horas, em princípio somos o 1º Secretário,
estamos dispostos a trabalhar. Mas, também, podemos não ser. Se depender apenas
da vontade deste Vereador, nós não seremos Secretário em função dos nossos
inúmeros compromissos, inclusive como 1º Vice-Presidente do Partido, em nível
do Rio Grande do Sul, que eu vou ter que desempenhar com mais vigor no ano que
vem. Mas eu estou, aí, com o nosso Líder, com a Comissão que foi feita com o
Ver. Guilherme Barbosa e o Ver. João Motta para definir nosso futuro na Mesa no
próximo ano.
Tenho certeza de que será um
trabalho igual ao que foi feito agora, ou melhor, no sentido de colaborar com a
Casa, com o Poder Legislativo, com a Cidade, inclusive fazer a intermediação
que sempre tentamos fazer com o Governo Municipal. Um feliz ano novo para
todos, um abraço muito fraterno, sincero e carinhoso para todos os Vereadores e
Vereadoras e a todo o quadro funcional da Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra em Comunicações.
O SR. ISAAC
AINHORN:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Não há nenhuma necessidade de fazer uso dos
10 minutos neste tempo regimental para dirigir-me aos Srs. Vereadores, aos
funcionários da Casa, aos Srs. Assessores no último dia do funcionamento da
atual Legislatura, ou seja, no ano de 1995.
Acredito, sinceramente, que
o desenvolvimento dos trabalhos desta Casa, durante esses três anos desta
Legislatura tem sido um trabalho de grandes mudanças, um trabalho de
relacionamento entre o Poder Legislativo e o Executivo, de respeito mútuo; e um
trabalho que, evidentemente, vem surtindo efeito, o que tem levado a uma grande
respeitabilidade da instituição Câmara Municipal de Vereadores junto aos
munícipes de nossa Cidade e junto a todo o Estado, pelo trabalho que aqui se
vem desenvolvendo, onde, durante todos esses anos, não houve nenhuma Sessão
desta Casa em que não houvesse o quórum regimental necessário para dar início
aos trabalhos legislativos.
Saúde aos membros da Mesa
atual, em especial aos que se fazem, neste momento presente: ao Ver. Airto
Ferronato, Ver. Geraldo de Matos Filho, ao Ver. Clóvis Ilgenfritz, ao Ver.
Morelli que, há poucos momentos, fez uma manifestação emotiva desta tribuna. Me
dirijo às bancadas que se fazem representar nesta Casa, aos representantes aqui
presentes do PT, do PPB, Ver. Pedro Américo Leal, do Partido Social
Trabalhista, Ver. Luiz Negrinho, ao Ver. Líder do Partido da Frente Liberal,
expressão das mais puras do neoliberalismo nesta Casa, Ver. Reginaldo Pujol,
Líder da nossa Bancada, do Partido Democrático Trabalhista, Ver. Nereu D'Ávila,
aos membros da Mesa já referidos, desejando a todos que possamos, no ano de
1996, desenvolver um trabalho sério, responsável, equilibrado no ano em que
iremos viver um processo de sucessão municipal, de eleições municipais em todo
País, possamos consolidar as instituições políticas e democráticas da nossa
Cidade e do nosso País.
Antes de me despedir, por
ocasião desta manifestação, gostaria de desejar a todos um feliz 1996 e que
possamos, com certeza, por força das procurações outorgadas pelos mandatos
populares, voltar com reconhecimento público do trabalho de Senhores Vereadores
nesta Casa no ano de 1997, aqueles que estiverem com os seus nomes indicados à
reeleição na sucessão. Uma saudação a todos os Srs. Vereadores com quem no
curso desses anos viemos trabalhando. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra em Comunicações.
O SR. PEDRO
AMÉRICO LEAL:
Exmo. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, todos sabem da minha preocupação com o
Centro da Cidade. Enquanto alguns Vereadores se preocupam com bairros eu me
preocupo com o Centro da Cidade e não foi, nada menos por isso, de que eu fiz
incluir, como contribuição minha para o Prefeito Municipal aquela idéia do
Centro Integrado de Apoio e que tinha como objetivo dar ao Centro da Cidade um
posto de observação, de policiamento que ele poderia, a qualquer momento,
erguer ali para executar esse serviço. Então assim ele teria um centro de apoio
que deveria, inicialmente, instalar no Centro da Cidade, construído de módulos,
onde participariam de forma independente e harmônica a Polícia Civil, a Brigada
Militar e alguns elementos da saúde. A minha preocupação é fazer o povoamento
da Cidade.
O Prefeito foi sensível a
isso e em janeiro de 1994, ele sancionou a lei. Ele constituiu uma medida de
cautela para com duzentos e cinqüenta mil reais fazer o tal posto. Tudo muito
bem. Era, praticamente, um esboço do que eu pretendia fazer pela Cidade. Mas
agora nós temos uma novidade, a Brigada Militar, o 9º BPM vai ocupar, ou já
está ocupando o Centro da Cidade, E, para isso, basta que o Prefeito seja
sensível às suas pretensões. E quais são essas pretensões? O Coronel Schoroeder
esteve em audiência comigo e o Sr. Prefeito, onde esboçamos o plano. A 1ª
Companhia do BPM vai pegar a Cidade, da Zona do Quartel General até a
Rodoviária, em visão geral para o público.
Seria interessante que
tivéssemos, cedida pelo Sr. Prefeito, a zona da EPATUR, a antiga zona da
EPATUR, a zona da Área Azul, que é uma posição estratégica da Cidade. Visitamos
a zona da EPATUR para ver como é que poderia se fazer o movimento. É um ótimo
comandamento sobre a Cidade. Perfeito comandamento sobre o Centro da Cidade, o
que nos daria uma ótima oportunidade de efetivamente a Brigada Militar ocupar
estrategicamente a cidade. Isso feito, nós teríamos o comandamento do Centro da
Cidade nas mãos da Brigada Militar. O 9º BPM está pronto para se descentralizar.
É uma coisa notável para a BM descentralizar o seu comando, ou seja, fazer com
que a 1ª Companhia vá para a zona “Azul”. Isso seria importantíssimo para a
cidade; e daria para todo aquele miolo do Centro um perfeito comandamento do
Largo Glênio Peres, da Rua da Praia, da Voluntários da Pátria. Tudo isso com
150 homens, dormindo e vivendo no Centro da Cidade.
Com este planejamento, que
está nas mãos do Sr. Prefeito, para viabilizar a cedência da antiga EPATUR para
a Brigada Militar, estaríamos com a Cidade à disposição, não dos bandidos, mas
da Polícia Civil e da Polícia Militar, porque o Centro de Apoio Integrado
passaria a ser da Polícia Civil, e a Brigada Militar ocuparia o centro “Azul”,
ficando perfeitamente conjugada com a Polícia Civil. Todos sabem que o meu
planejamento do Centro Integrado era colocá-lo na zona da Praça Mauá, do
TRENSURB, da antiga área do INAMPS, que seria maravilhosa para instalação do
Centro Integrado, que já tem a verba de R$ 250 mil. É uma realidade. A Polícia
Civil já poderá contar com este posto de observação e a Brigada Militar
recuaria para a “Área Azul”. Assim, ficariam Brigada Militar e Polícia no
Centro da Cidade, afastadas em 200 metros, comandando o miolo de Porto Alegre
com 150 homens da Brigada e 30 da Polícia Civil, viaturas, tudo vivendo dia e
noite ali.
Seria a reeducação de Porto
Alegre, seria como que nos convencermos que Porto Alegre estaria livre dos
malandros, o Largo Glênio Peres estaria livre dos bandidos, dos garotos que
assaltam, que comumente invadem casas comerciais, fazendo as maiores
peraltices, isso tudo teria fim com este movimento que faríamos.
O Prefeito está, na verdade,
estudando o problema com seu "Estado Maior" para dar uma solução à
“Área Azul” e para o Comitê da Fome para dar lugar à Brigada Militar, que
praticamente não tem nenhum problema em ocupar aquela área. Nós estaríamos em
condições de, efetivamente, dispormos...
O Sr. Clovis
Ilgenfritz:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero me congratular com
V. Exa. pela preocupação. Já participamos em almoço com o BPM com V. Exa. e outros Vereadores, e
sabemos o quanto é importante que esta equação seja definida. Quero acrescentar
que desde 1989, meados de 1990, tínhamos uma idéia de instalação de uma bateria
do Corpo de Bombeiros na esquina da Av. Borges de Medeiros com a Av. Mauá, no
terreno do IAPAS. Ali estaria também uma ambulância de serviços médicos
sofisticados, capaz de atendimentos rápidos na região central. Creio que nessas
negociações poderíamos recuperar esse ponto, que seria um serviço mais
especializado na área de bombeiros e saúde, junto com tudo o que V. Exa.
coloca.
O SR. PEDRO
AMÉRICO LEAL:
É certo Ver. Clovis Ilgenfritz, porque com a liberação da Polícia Civil que
poderia ocupar o Centro de Apoio Integrado, que seria constituído da região do
TRENSURB e área do INAMPS, e com a Brigada Militar não precisando ir para lá,
porque já estaria a “Área Azul”, sobra mais espaço. A Polícia Civil poderia
muito bem, trabalhar junto com os serviços de saúde do Município, que prestaria seus serviços ao cidadão
porto-alegrense, poderia conviver os dois com mais facilidade ali. Com essa
novidade agora da “Área Azul” ficar com a Brigada Militar e dispensando-a de
entrar na divisão de área com a Polícia Civil e a parte da saúde, nós
poderíamos conciliar as três necessidades. Isso seria possível porque sobraria
espaço, poderia ficar uma ambulância que já é plano do Sr. Prefeito, e colocar
a assistência de saúde imediata no Centro da Cidade. No caso de alguma pessoa se
sentir mal, não precisa se deslocar até o Pronto Socorro, que é muito longe, os
primeiros socorros poderiam ser dados a essa pessoa ali. É isso que eu quero
caracterizar, é que, com a ida da Brigada Militar para o posto da EPATUR, que é
a “Área Azul”, no Centro de Apoio Integrado – CAI, que já possui 250 mil reais
para ser erguido. Já existe verba à disposição, é uma realidade.
Então o Sr. Prefeito está
com a faca e o queijo na mão, ele ainda pode reconquistar o Centro da Cidade,
tirando dos bandidos a hegemonia dos fatos que se passam a todo momento. Muito
obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu vou abusar da bondade de V. Exa.,
só para dizer que queria aduzir ao meu discurso anterior um aspecto: eu não
falei no meu trabalho e no trabalho do meu gabinete. Se não fosse aquele meu
gabinete, eu não teria feito nada daquilo que consegui fazer. Eu queria fazer o
registro para constar nos Anais que a minha equipe foi, mais que assessora do
Vereador, assessora do 1º Secretário.
O SR.
PRESIDENTE:
Igualmente fazemos o registro do nosso gabinete, que não havíamos feito, o
nosso abraço a toda nossa assessoria.
O SR.
PRESIDENTE (Airto Ferronato): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em
Comunicações.
O SR.
GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, aproveitando este último momento do
ano de 1995, quero abordar dois assuntos importantes para a cidade, um é com
relação à Empresa AVIPAL e mais detalhadamente à Unidade Industrial que fica na
Av. Cavalhada. Por reiteradas vezes essa empresa tem sido autuada pela
Secretaria Municipal do Meio Ambiente, principalmente no que se refere ao forte
e nauseante odor que é expelido pela atividade desta empresa de produtos
avícolas. Eu quero trazer uma experiência pessoal, resido no Bairro Tristeza,
numa rua chamada Armando Barbedo, quase Wenceslau Escobar, muito distante da
Av. Cavalhada e, por várias ocasiões, dependendo do vento, também lá nós somos
atingidos por esse odor que é alguma coisa muito terrível, é difícil descrever
um odor com palavras, mas ele é nauseante, é um odor causado pela queima de
penas e outras sobras das aves. Não só o Bairro Tristeza tem sido atingido, mas
todos os bairros daquela região como: Vila Noca, Cavalhada; Madepinho, Camaquã,
enfim, toda a redondeza. É evidente que queremos empregos, queremos impostos,
mas também que a saúde das pessoas esteja protegida. Como se não bastasse isso,
na semana passada, a SMAM junto com o DMAE lacraram o setor desta empresa
porque estava jogando uma grande quantidade de gordura sem tratamento no arroio
Cavalhada e, a partir daí, esta água, com esse grande teor de gordura chegava
ao Rio Guaíba. Logo adiante o DMAE tem uma captação de água que vai para a
Estação de Tratamento de Água da Tristeza, chegando ao ponto de trazer
problemas em equipamentos desta ETA, do DMAE. Ora, além de agredir o meio
ambiente, estava trazendo conseqüências ao Departamento.
Não é possível se admitir um
comportamento desse que já agredia antes as pessoas numa grande região da
Cidade, na Zona Sul, e passou a agredir mais violentamente o meio ambiente, o
arroio Cavalhada, o rio Guaíba e como se não bastasse, ainda trazendo danos ao
Departamento Municipal de Águas e Esgotos. Então, trago aqui essa denúncia
cumprimentando a SMAM pela trabalho que tem sido feito. O supervisor, Eng.
Cláudio Langoni, me comunicou que nas últimas duas semanas a SMAM tinha multado
por quatro vezes a Avipal. Que comportamento industrial é esse? Não podemos
admitir isso de agredir a saúde da população e ainda o meio ambiente, como
conseqüência, danificando equipamentos do DMAE.
Quero também abordar a
votação de ontem da Assembléia Legislativa abrindo o capital da CEEE. Este é o
fato: abriu o capital da CEEE. Mas o que estava sendo passado para a população
é o saneamento financeiro da CEEE que pode vir ou não a acontecer porque o que
passou para a população é que a CEEE passaria a ser saneada a partir de ontem,
que teria dinheiro para pagar dívidas, etc. Ora, o que se fez ontem foi dar
autorização ao Governo do Estado para que ele venda ações, e no próprio Projeto
que ontem foi aprovado pela Assembléia Legislativa está dito e escrito que
esses recursos irão para a tal de reforma do Estado. A venda dessas ações, o
Ver. Reginaldo Pujol há de concordar comigo, não retornará para a CEEE. Não
haverá nenhum investimento do Governo do Estado, a partir da venda dessas
ações, na CEEE, assim como não haverá nenhum investimento do Governo do Estado
na CRT, mas esses recursos irão para a tal reforma do Estado.
É importante registrar,
também, que diferente do que se falou, as Emendas do Dep. Barbedo são
absolutamente inócuas, essa é a posição também dos deputados do meu partido e que votaram contra.
Inclusive ouvi hoje pela manhã o Dep. Vieira da Cunha, comentando sobre as
emendas e que, se elas não existissem, não modificariam nada, assim como não
modificam tendo sido aprovadas ontem. Montou-se uma grande farsa, uma
negociação aconteceu; já se sabe que provavelmente haverá mais dois diretores
na fundação da CEEE, indicados por esse Deputado. Foi isso o que aconteceu nos
bastidores: a Emenda de S. Exa. se existisse ou não, não modificava
absolutamente nada. A Emenda diz que 15% do que for vendido para uma outra
empresa estatal deve ser aplicado na CEEE. E se não for nada vendido para uma
empresa estatal, nada se aplicará na CEEE. É um jogo de cena completo para
justificar um acordo nos bastidores.
Estamos aqui para o nosso
alerta e demonstrar a nossa discordância com o que aconteceu ontem. Pois de
fato, apenas se abriu o capital da CEEE para a iniciativa privada, mais nada
além disso.
Se vai sanear a CEEE, vamos
ver depois. Se a iniciativa privada vai colocar recursos ou não na Empresa
Estatal de Energia Elétrica. Ontem foi apenas aprovada a venda da CEEE e mais
nada. Esse dinheiro irá para a caixa da Administração Centralizada do Governo
Estadual, não voltará para a Empresa. Portanto, não haverá melhoria da situação
da Empresa. Esta é a realidade. Só o futuro dirá. Com amargura eu digo isso:
está feito, está votado, foi um rolo compressor fantástico. Ontem não houve,
Ver. Pedro Américo, nenhuma - e eu estava lá - manifestação de algum deputado
da base parlamentar do Governo, nenhuma, tal a forma como já estava resolvido
e, aí, passou-se por cima com muita facilidade.
Então, o fato está feito,
está realizado e só a vida dirá quem tinha razão. O que vai acontecer com a
CEEE, se haverá novos investimentos, qual o valor da tarifa de energia a partir
desse fato, só a vida vai nos mostrar, só o futuro dirá, já que está decidido desta
forma.
Por fim, também no final de
ano, quero deixar minha mensagem de bom 1996 para todos nós: saúde, dinheiro,
tranqüilidade e paz, eu acho que é uma coisa muito importante. Quero
cumprimentar o Presidente que sai, isso já está manifestado, pelo trabalho,
pelo esforço, pela seriedade do Ver. Airto Ferronato e toda a Mesa da Casa e
cumprimentos gerais aos companheiros Vereadores.
Acho que nenhum de nós fez
tudo aquilo que gostaria, nenhum de nós avalia que o resultado foi exatamente
aquele que gostaria que acontecesse, mas acho que todos nós reconhecemos que a
Casa trabalha, a Casa se esforça e a Casa tem preocupações com a Cidade. Penso
que estamos todos, de certa forma, de parabéns, e que 1996 seja, de novo, um
ano de muito trabalho e de muito esforço, sabendo que será um ano que vai
precisar que cada um de nós esteja com muita tranqüilidade, com muita visão
pública, porque por ser um ano eleitoral, tende a acirrar as posições e todos
vamos ter que fazer um esforço muito grande para que a Cidade não seja
prejudicada. A todos um grande abraço. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Também
gostaríamos de fazer, neste momento, um registro especial, em razão do fim de
ano, dizer da importância da nossa criançada desta nossa Porto Alegre. Nós,
como pais e políticos, sabemos das dificuldades que passam nossos filhos pela
nossa quase que ausência no contato mais próximo a eles.
Hoje, pela manhã, o nosso
Plenário da Câmara Municipal esteve embelezado com a presença da nossa pequena
Bianca Campani, filha do Ver Darci Campani. Gostaríamos de dar um grande abraço
na Bianca e em nome dela desejar um feliz Ano Novo a todos nós e a nossa
criançada porto-alegrense. Que bom se todos os dias nós tivéssemos uma criança
acompanhando os nossos trabalhos.
Com a palavra, o Ver.
Reginaldo Pujol em Comunicações.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, informalmente, se tem conhecimento na
Casa de que em decorrência de composições e acertos ocorridos no passado, sobre
os quais nós não emitimos juízo ou opinião, até por ser desnecessário, mas em
função desses fatos, provavelmente seja a última oportunidade, neste ano, em que V. Exa. esteja presidindo a Câmara de
Vereadores.
Gostaríamos de tributar não
uma homenagem, mas um reconhecimento de carinho de quem teve o ensejo de
conviver, fortemente, com V. Exa. neste ano. Sou testemunha do esforço que V.
Exa. fez no sentido de que esta Casa tivesse a produtividade, o espírito de
trabalho e de corpo e ação legislativa que teve.
V. Exa., Ver. Airto
Ferronato, retorna ao Plenário da Casa,
sendo recebido de braços abertos, o que será muito salutar para mim, que
aprendi a lhe respeitar.
A referência feita pelo Ver.
Guilherme Barbosa, sobre as nossas frustrações de não podermos fazer tudo o que
queríamos, dá a conotação perfeita do que são os órgãos legislativos, onde o
mais importante é saber a hora de fazer e a hora de não fazer. No jargão
militar, Ver. Pedro Américo Leal, mais do que avançar, devemos saber a hora de
recuar.
Gostaria de lembrar, dentro
da maior informalidade que quero dar a este meu pronunciamento a expressão do
poeta Paisano que dizia que “nem todos los camiños son para todos los
caminãntes”, certamente que este ano tivemos muitos entrechoques, muitos
conflitos, nossas posições divergindo de alguns companheiros, outras vezes
convergindo, mas o importante numa Casa Legislativa é que exista esse choque de
opiniões, desconfie de uma Casa Legislativa aonde a unanimidade seja uma
constante, a unanimidade deve ser exceção, a raridade. Desconfiem se tudo der
em unanimidade, porque está errado o negócio, salvo se tivermos além do PSD
mineiro, que jamais se reuniu sem ter decidido antes o que tinha que decidir na
política dos bastidores, e as reuniões eram apenas para formalizar determinada
situação. Não podemos ser aqui, como qualquer parlamentar que se preze uma casa
de carimbadores, de homologadores de decisões já tomadas.
Eu devo ter criado muito mal
estar, a vários companheiros, porque não gosto de votar o que não conheço bastante,
com freqüência até porque tinha contra mim a circunstância de que já peguei
esse trem andando, o caminho estava pela metade percorrido, eu tinha que pedir
para o condutor dar uma parada para ver para onde esse trem estava indo.
Ver. Luiz Negrinho V. Exa.
que me deu a maior alegria do ano parlamentar ao se integrar ao Partido
Socialista Trabalhista enseja uma atuação conjunta com a minha Bancada do
Partido da Frente Liberal, pelo menos em estratégia termina com o meu exército
de um homem só, agora somos dois para tentar abrir um novo caminho político
para a Cidade através da articulação das nossas forças políticas, gostaria de
lhe dizer o seguinte, uma mensagem pessoal ao companheiro de posição política
vamos tocar o barco para frente porque tem muita verdade estabelecida como
definitiva na política brasileira que não são tão verdadeiras assim desde que
seja olhada mais profundamente e debatida mais amplamente.
O Sr. Pedro
Américo Leal:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Se V. Exa. chegou atrasado
nesta Legislatura, V. Exa. conseguiu compensar com grande eficiência a
facilidade de expressão e a vontade que tem de penetrar em todos os assuntos de
forma interessada, que lhe louva e lhe faz a recomendação de um Vereador de
grande porte.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Muito obrigado. Um elogio vindo de V. Exa., caro Ver. Pedro Américo
Leal, é o que eu vou inserir no meu currículo. Eu até me lembro, neste momento,
e V. Exa. tem mais experiência que eu, que o saudoso Deputado Lamaison Porto,
depois de ter sido Secretário de Saúde do Governo de Leonel Brizola, sem nunca
ter sido médico, não tinha passado nem pela frente de uma Faculdade de
Medicina, e o que consta foi um excelente Secretário de Saúde, ao retornar para
a Assembléia foi ironicamente saudado pelo então Deputado Manoel Braga Gastal,
que, depois de tecer vários elogios, lhe deu uma carraspana danada. Mas ele,
como era um homem muito pragmático, retirou dos Anais da Assembléia apenas a
parte do elogio e mandou distribuir em Passo Fundo com a chamada: "Até o
Líder da oposição elogia o trabalho de Lamaison Porto". Desse discurso,
provavelmente eu tire só o seu aparte, porque é muito mais brilhante do que o
discurso.
Concluindo, Sr. Presidente,
já que pelo menos no último dia do ano eu quero ficar dentro do Regimento, eu
gostaria de dizer ao meu companheiro Guilherme Barbosa que as coisas que passam
para a opinião pública não são as mais importantes. Mais importante é o que
efetivamente acontece. Com relação a nossa CEEE, estão passando muita coisa
para a opinião pública que não é exatamente o que acontece. Na semana passada,
se passou uma mentirinha, disseram que a gente criou uma taxa, aqui em Porto
Alegre, para encher de dinheiro o erário Municipal, para retirar das costas do
Prefeito Tarso Genro todo o custo do serviço de iluminação pública da cidade e
passou-se para o jornal que era para ajudar a CEEE. Não vai ajudar coisa
nenhuma.
Da mesma forma que foi
passada para a opinião pública ontem, que aquilo era o início do saneamento
financeiro da CEEE. Então, eu quero colocar nos devidos termos. Ontem, nós
tivemos "uma abertura da possibilidade de ensejar esse saneamento". A
medida em que se retirou, e o Ver. Pedro Américo Leal, que foi deputado, sabe
muito bem, alguns impedimentos legais, que tinha a CEEE, para vender ações para sua Fundação de
funcionários, para a ELETROBRÁS e para o próprio BNDEs. O que se espera é que,
através da comercialização de parte dessas ações que a ELETROBRÁS é grande
credora da CEEE, a ELETROSUL e o BNDEs venham subscrever parte do capital a ser
aumentado, e com isso reduzir o perfil da dívida contábil da CEEE, porque
estamos vivendo num país das dívidas de papel. Todo o mundo deve para todo o
mundo. No fim tem-se que fazer o que foi feito pelo Governador Britto e pelo
Prefeito Tarso Genro, há algum tempo e que depois, nós, aqui, até tivemos
oportunidade de aprovar, um acordo contábil: acertaram um ponto intermediário e
fizeram uma quitação recíproca desses débitos.
O Sr. Clovis
Ilgenfritz: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço a possibilidade de
dizer que nós, da Bancada do PT, tivemos um relacionamento excelente com o
ex-Vereador Jair Soares, que era o representante do PFL, e esse relacionamento
continuou com a presença de V. Exa. As palavras do Ver. Pedro Américo Leal não
são, para nós, vazias. Elas têm cabimento. Queria deixar consignado isso em
nome da nossa Bancada, e tenho certeza que nossa Bancada vai continuar contando
com sua sabedoria no próximo ano, na Legislatura que vamos inaugurar em
janeiro.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Em nenhum momento eu disse que haviam sido vazias as colocações do
Ver. Pedro Américo Leal. Foram exageradas do que diz respeito a minha pessoa.
O Sr. Pedro
Américo Leal:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. acabou de reunir o
pensamento neoliberal com o pensamento socialista, o que é uma verdadeira
façanha.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Nós agora estamos no momento de dividir, não mais de imposições
doutrinárias, mas, sim, em consentaneidade com o tempo. Eu sou um socialista
moderno, que já sabe que o muro de Berlim caiu.
Concluindo, quero abraçar a
todos, especialmente o Ver. Isaac Ainhorn que será o futuro Presidente da Casa,
que reúne laços históricos adquiridos nas vielas do Bom Fim; ele, que na expressão
do Ver. Pedro Américo Leal, é um judeu itinerante do Bom Fim, vai conseguir,
agora, ser menos itinerante por que terá que ficar fixo na cadeira do
Presidente. Quero abraçar a todos, o Líder do PDT Ver. Nereu D'Ávila, o
Secretário da Casa Ver. Clovis Ilgenfritz e não vou dizer o clássico, me
perdoem todos os equívocos..., por que não houve equívoco. Todo o calor, que se
tenha colocado, na disputa fica por conta das convicções das nossas posições. O
único atrito mais sério que tive nesta Casa, tenho a satisfação de chegar no
fim do ano com ele superado, à medida em que superei, com o Ver. Dilamar
Machado, algumas incomodações que haviam ocorrido. Eu reajo de pronto, sou
epidérmico, mas sou extremamente reflexivo e, quando exagero, procuro fazer
sempre uma marcha à ré. Só não faremos uma marcha à ré no tempo. Vem um novo
tempo, um novo ano, um novo estágio da nossa vida, vamos em frente, porque é
necessário olhar para a frente. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Senhoras e Senhores, Porto Alegre é uma Cidade que serve de referência para o
nosso País. Ela é formada por gente séria, competente, inteligente,
trabalhadora. Esta Câmara Municipal é a representação desta Cidade, é a imagem
da nossa Cidade. Não poderia ser diferente. Nossa Câmara Municipal também é
referência nacional em termos de Legislativo.
Em nome da Mesa Diretora e
em meu nome, como sendo a última Reunião que temos a satisfação de presidir,
queremos registrar os nossos agradecimentos a todos, desejando a todos um feliz
1996, também desejando sucesso à nova Mesa Diretora que deverá ser instalada.
Estão encerrados os
trabalhos.
(Encerra-se a Reunião às
11h29min.)
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